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20 de dezembro de 2012

Lulu Santos revela bastidores do ‘The Voice’

Um dos pontos altos do "The Voice", Lulu Santos faz um balanço da atração que está na boca do povo e se tornou o maior sucesso do ano na Globo. Prestes a completar 60 anos, o Rei do Pop afirma que lida bem com os fios brancos, conta como surgiu a mania por meias coloridas e revela que ficou amigo do sertanejo Daniel nos bastidores do programa: "Ele me deu uma viola caipira maravilhosa de presente. Daniel é um sujeito super generoso".

Como foi trabalhar com o temperamental Boninho?
Eu conheço Boninho há 30 anos e acho ele um pequeno gênio. Talvez a pessoa mais competente porque é amamentado na teta eletrônica da TV brasileira. Temos uma relação de respeito e afeto. Às vezes, ele tem que buscar uma energia de comando e não hesita em fazer, não só comigo, como com qualquer outra pessoa, às vezes com o próprio auditório lotado. São muitas pessoas, muitos talentos, muitos egos e a forma como isso chegou, sem incidentes até o final, demontra seu poder de comando da situação.

Qual a solução para tornar o Brown mais ligeirinho? Amarrá-lo na cadeira ou mantê-lo de costas?
É uma boa enquete, né? (risos) Como conter Carlinhos Brown? É o trabalho do nosso Boninho, do Tiago Leifert. Eu faço a minha parte também, colaboro na edição do programa intervindo nas decisões do nosso bom Antônio Carlos.

Qual foi o candidato mais dolorido para eliminar?
Dolorido todos foram. A frustração que a pessoa sente quando ela é preterida afeta você. As escolhas sempre deixam alguém insatisfeito. Mas não tenho arrependimentos. A gente também aprendeu no tranco, né? Aprendemos a mecânica e as possibilidades de estratégia junto com o público.

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Algum candidato se insinuou para você?
De uma forma desavergonhada assim não. Muito pelo contrário, porque o nível de tensão emocional que percorre as pessoas é diferente. É a coisa da esperança, muitas famílias envolvidas. Mas todo mundo faz um certo tipo de charme, encena mesmo. Nós mesmos jogamos charme para os candidatos. Faz parte do jogo.

Pode pintar alguma parceria musical do programa?
A minha vizinhança com Carlinhos Brown não é à toa ou circunstancial. A gente se conhece há muito tempo e troca figurinha. Brown é uma pessoa próxima do pop brasileiro. Ele sempre teve muita correspondência com isso, porque ele faz parte dessa situação. Nos últimos dois programas, a gente lançou mão de um bordão musical ali que nós mesmos criamos. Tudo está em aberto. Ele me chamou para os ensaios do Timbalada, mas não temos pressa.

Com qual jurado você mais se identificou?
É interessante a afinidade que acabou acontecendo entre mim e o Daniel. A gente acabou, por conta do respeito, que é a primeira moeda de qualquer relacionamento, desenvolvendo uma afinidade. Viramos amigos. Ele me deu uma viola caipira maravilhosa de presente. É um sujeito supergeneroso. Todo mundo ali foi presenteado por ele. Não tinha uma semana em que ele não chegasse com uma cesta de produtos ou um chapéu da fábrica. Já eu ficava com a parte de levar as tortas para dividir com a equipe. Claudia Leitte nunca comeu nada. Ela só come três alfaces por dia, todo mundo sabe.

Você foi disparado o mais elegante. Quem escolhe seus ternos?
Essa é uma conta que eu tenho com o meu querido estilista Ricardo Almeida. Toda essa imagem, que depois transbordou para o programa, já estava pronta há um ano. Eu já vinha me apresentando assim com o projeto do Roberto Carlos. Todos os ternos de três peças são da minha própria coleção e foram adquiridos pela TV Globo para o programa. As camisas são dele, a maioria das gravatas também, alguns dos sapatos e as meias são do meu acervo pessoal.

E onde surgiu essa paixão por meias coloridas?
Aprendi isso com os Mutantes. Quando eu comecei a me interessar por música, eles foram um pouco a minha escola. Me lembro que via a Rita (Lee) e o Arnaldo (Baptista) com meias engraçadas, de bons tecidos, porque eles viajavam para o exterior e compravam lá. No decorrer dessa história, um fabricante de meias se empolgou e mandou uma coleção. No programa, com toda alfaiataria, coletes e gravatas, para eu ficar parecendo um político, não custava. A ideia é desconstruir com as peças alternativas e as cores. Para a final de hoje, pedi um terno branco.

Como lida com a questão da passagem do tempo?
Não hipervalorizando, mas existe um medo excessivo midiático do amadurecimento e do envelhecimento, que não me percorre. Aos 59, me sinto com vitalidade dentro dos limites naturais.

Você está comemorando 30 anos de sucesso com o projeto "Toca do Lulu". Qual o seu momento preferido desse trabalho?
São quatro CDs temáticos. O repertório abrange a segunda parte da minha produção. Gosto mais do disco eletrônico. O "Pista" gosto de ouvir no carro. O "Estúdio" levo um susto com as músicas e o "Ao vivo" sou mais crítico, porque a gente sempre acha que pode ficar melhor.

Fonte: Jornal Extra

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